sábado, 20 de junho de 2015

Energia solar produz água no sertão do RN

Rayane Mainara/ Divulgação
Sistema alimentado por energia solar
Seis sistemas de dessalinização foram entregues no Rio Grande do Norte, um deles com painéis fotovoltáicos. Beneficiarão 1.500 moradores do semiárido.
Por: Rafaela Ribeiro – Editor: Marco Moreira
O governo federal, em parceria com o governo do Rio Grande do Norte, entregou, nessa quarta-feira (17/06), o primeiro sistema de dessalinização alimentado por energia solar. O projeto piloto, instalado no assentamento Maria da Paz, município de João Câmara (RN), oferta água potável para 220 pessoas. 
O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Ney Maranhão, destacou três vantagens significativas do sistema de dessalinização solar: "Agora podemos atender localidades que tenham energia deficitária”, disse. “Os painéis fotovoltaicos garantem maior autonomia às comunidades, que deixam de depender da prefeitura ou outra instituição para arcar com a conta de luz e o custo per capta da adaptação para captar a energia do sol é baixo."
Os moradores do assentamento assistiram a cerimônia de entrega deste e de outros cinco sistemas que já estão operando em comunidades vizinhas, que beneficiarão 1.500 pessoas. Foram entregues os dessalinizadores das comunidades Açucena e Boa Sorte, também no município de João Câmara, Limão/Limoeiro, no município de Parazinho, Bom Sucesso, no município de Pedra Grande e Catinga Grande no município de São José do Seridó.
SOFRIMENTO
Dona Maria de Fátima, merendeira da única escola local e moradora do assentamento há mais de 12 anos, relatou o grande sofrimento da comunidade com a falta d'água. Ela contou que, enquanto algumas famílias conseguiam comprar água mineral para beber, outras tinham que beber a água que colhem da chuva (hábito comum na região). "A água da chuva que a gente junta de cisterna é suja, vem das telhas, carrega até inseto. É água que serve pra gente lavar roupa, usar no banheiro, mas não para tomar, mas como não tinha outra a gente tomava", lembrou. "As crianças tinham muito verme, diarréia. Era muito difícil." 
Ela se anima ao contar como mudou depois da chegada do Água Doce: "Hoje nós temos água boa, limpa. Essa água é de qualidade, é melhor que água mineral e é suficiente para a comunidade toda beber e cozinhar. É uma riqueza, a maior riqueza que poderíamos ter. Parece que estamos no céu", afirmou.
O presidente da Associação Comunitária do Assentamento Maria da Paz, João Maria Martins, afirmou que o PAD veio para mudar a situação local: "A gente tinha dois poços desativados e com o programa conseguimos reativar um dos poços. O Programa Água Doce foi um sonho, resolveu muita coisa aqui", assegurou.
TENDÊNCIA 
O coordenador Nacional do Programa Água Doce, Renato Ferreira, explicou que a unidade é um projeto piloto e a tendência é que ela seja implantada em outras comunidades rurais, pois o sistema aumenta a sustentabilidade energética, ambiental e social da comunidade. “Esse sistema utiliza energia limpa e ainda fornece uma autonomia para a comunidade que deixa de se preocupar com conta de luz”, ressaltou.  
Para a coordenadora estadual do PAD e secretaria adjunta de Recursos Hídricos, Ieda Cortez, o programa é muito importante para essa região marcada por assentamentos, pois traz uma solução permanente diante da escassez de recursos hídricos vivenciada no local. “O Rio Grande do Norte é o estado que tem uma incidência solar altíssima e temos que aproveitar isso, levar para outras regiões do estado como o Seridó, Autoeste e o Agreste", destacou.

SAIBA MAIS
O Programa Água Doce tem por objetivo estabelecer política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, por meio do aproveitamento
sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação, recuperação e gestão de sistemas de dessalinização.  É uma ação realizada em parceria com diversas instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil.
O convênio com o Estado do Rio Grande do Norte tem como meta a implantação, recuperação e gestão de 153 sistemas de dessalinização, no valor de R$ 20 milhões. beneficiando 61,2 mil pessoas. 

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (61) 2028.1165

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Dia Mundial de Combate à Desertificação é comemorado no Seridó

MMA/Divulgação
Debate: escassez de recursos hídricos
No Brasil, data foi celebrada pelo MMA com atividades em Caicó, no semiárido do Rio Grande do Norte. Evento contou com a participação de cerca de 200 pessoas.
Por: Marta Moraes - Editor: Marco Moreira
O Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com a Diocese de Caicó (RN) e os governos do Rio Grande do Norte e da Paraíba, celebrou o Dia Mundial de Combate à Desertificação, 17 de junho, com uma série de eventos em Caicó, no Centro Pastoral Dom Wagner. A cidade está localizada na região do Seridó, a 256 km da capital Natal.
Além da realização de seminário sobre o tema, houve entrega do prêmio Dryland Champions para projetos de boas práticas de convivência sustentável com a semiaridez que promovem o combate à degradação de terras e à desertificação no Brasil.
Pesquisa divulgada nesta semana pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, mostra a importância do assunto ao destacar que 16% do território nacional estão suscetíveis à desertificação. O estudo sobre o Estado da Arte da Desertificação, Degradação das Terras e Seca no Semiárido Brasileiro foi desenvolvido para subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
SEMINÁRIO
O seminário “Cenário da Situação Hídrica na Bacia do Rio Piancó-Piranhas-Açu: Ações para o enfrentamento da crise hídrica e ambiental” reuniu cerca de 200 participantes.
Durante o evento, o secretário executivo da Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD) e diretor do Departamento de Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campello, fez uma apresentação sobre as principais atividades do Ministério em relação ao tema desertificação.
O assessor especial do MMA Carlos Guedes, que representou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, falou no seminário sobre o papel de instrumentos como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Sistema de Alerta de Desertificação que vem sendo desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com o MMA, para o combate à desertificação.
RECONHECIMENTO
Sob o lema “Eu sou parte da solução”, o Programa Dryland Champions, promovido pela UNCCD (Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação), destaca pessoas, organizações e empresas que contribuam para o manejo sustentável da terra, melhorando as condições de vida das populações e as condições dos ecossistemas afetados pela desertificação e seca. Não há limitação no número de certificados a serem emitidos. Todos os candidatos que preencheram os critérios de seleção tiveram seus projetos reconhecidos e receberam certificados do programa. O resumo de seus projetos ficarão disponíveis no site da UNCCD.

SAIBA MAIS SOBRE A DATA
A data foi instituída pela Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD, sigla em inglês) para promover a conscientização e a cooperação internacional para combater o problema, que atinge 42% das terras do planeta e 35% da população mundial. As consequências desse processo climático, agravado pela interferência humana, vão desde a diminuição da fertilidade dos solos à redução da disponibilidade hídrica. A desertificação pode transformar grandes áreas, antes produtivas, em desertos e colocar em risco a vida nessas regiões.
Além disso, o ano de 2015 foi declarado pela ONU o Ano Internacional dos Solos, sob responsabilidade da FAO e da UNCCD. A iniciativa é um esforço da organização para dar maior visibilidade para a riqueza e a fragilidade dos solos, além de mobilizar a população para a importância das boas práticas e do manejo sustentável de terras para a segurança hídrica, alimentar e energética.