quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Diretores de prisão cobram propinas de presos
Josias de Souza

Barbosa visitou em março de 2013 a cadeia de Alcaçuz, onde funciona o pavilhão do achaque
O Ministério Público do Rio Grande do Norte denunciou à Justiça dois ex-diretores de uma cadeia chamada Pavilhão Rogério Coutinho Madruga. Acusa-os de cobrar propina de presos em troca de regalias. Numa das ações, atribui-se a um dos acusados um crime prosaico: comprou-se com cartão de crédito do preso uma bomba d’água para o pavilhão, que funciona em prédio anexo ao Presídio Estadual de Alcaçuz, visitado em março de 2013 pelo ministro Joaquim Barbosa. A denúncia traz a cópia da fatura. A bomba custou R$ 815,80.
Os denunciados se chamam Alexandre Medeiros de Assis e Aldaberto Luiz Avelino. Foram afastados dos cargos após responderem a processos administrativos na Secretaria Estadual de Justiça. O governo potiguar transferiu-os para outras cadeiras, onde trabalham como agentes penitenciários.
Em suas denúncias, disponíveis aqui e aqui, o Ministério Público pede à Justiça que condene os ex-diretores a trocar de lado. Deseja-se que continuem a frequentar as cadeias, só que do lado de dentro das celas, condenados por corrupção passiva. Nas palavras dos promotores, ambos solicitavam “diuturnamente vantagens patrimoniais criminosas” aos presos.
Os processos correm na comarca de Nísia Floresta, cidade onde está localizado o complexo prisional de Alcaçuz. Fica a cerca de 30 km de Natal. Além de documentos, as peças acusatórias carregam os depoimentos de dois presos. Relatam supostos achaques que motivaram a transferência dos ex-diretores para outras cadeias. Walker Araújo da Silva e José Welton de Assis, eis os nomes dos detentos.
José Welton encontra-se na cadeia por ter sido condenado por assalto e tráfico de drogas. Disse em depoimento que pagou R$ 5 mil a um dos diretores em troca de autorização para trabalhar fora da cela. Contou que, depois, desembolsou mais R$ 15 mil em troca da transferência para uma cadeia de Sergipe, onde nasceu. Há na denúncia três comprovantes de depósito no valor de R$ 5 mil cada. Foram feitos pelo advogado do preso.
Sobreveio a nomeação de outro diretor. Chamou o detento para conversar. Segundo o relato de José Welton, pediu R$ 10 mil para comprar uma moto. Em seu depoimento, o preso disse ter respondido que não dispunha do dinheiro. Mas se comprometeu-se a pagar em parcelas semanais de R$ 1 mil.
O preso recebeu do então diretor da cadeia outra oferta: em troca de R$ 50 mil, migraria do regime fechado para a prisão domiciliar. Disse que se recusou a pagar. E passou a ser hostilizado na prisão. A despeito de não ter ocorrido o pagamento, o Ministério Público incluiu a passagem na denúncia sob o argumento de que basta a solicitação de vantagem indevida para caracterizar o crime de corrupção passiva.
O cartão de crédito que pagou a bomba d’água para o presídio era do preso Walker Araújo. Os R$ 815,80 foram parcelados em dez vezes. Além da fatura do cartão, da bandeira Visa, a denúncia traz cópia da nota fiscal. Saiu em nome de um dos ex-diretores. Em troca do favor, anota a denúncia, os presos tinham autorização para deixar a cadeia sem autorização judicial ou administrativa.
Quando visitou a penitenciária de Alcaçuz, onde funciona o pavilhão dos achaques, Joaquim Barbosa impressionou-se com o que viu: “É muito desumano”, declarou o presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Encontrou instações insalubres, cheiro de urina e de fezes, corredores escuros e um interminável etcétera.
No mês passado, o CNJ produziu um relatório sobre o cadeião potiguar. Os repórteres Hudson Correa e Raphael Gomide manuseram uma cópia. Reproduziram o conteúdo em notícia veiculada no ultimo final de semana. Pode ser lida aqui. Revela que a cadeia do Rio Grande do Norte trilha o mesmo descaminho que converteu o presídio de Pedrinhas, no Maranhão, em escândalo mundial.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Deputados do PSB exigem vaga na chapa majoritária

Publicação: 18 de Janeiro de 2014 às 00:00

      Anna Ruth Dantas
Repórter

Nas discussões sobre o pleito eleitoral, a bancada de deputadas do PSB defende uma ampla aliança dos partidos de oposição ao Governo do Estado, mas mantém a indefinição sobre o cargo na chapa majoritária a ser disputado pela vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria. Nas articulações para o pleito deste ano, as parlamentares não excluem o Partido dos Trabalhadores, que terá candidata a presidente da República, cargo a ser disputado pelo presidente nacional peessebista, Eduardo Campos. A única legenda já excluída do diálogo pela bancada do PSB é o DEM, partido da governadora Rosalba Ciarlini.
João GilbertoPara Márcia, candidatura de Eduardo Campos não impede o diálogo com os petistas potiguaresPara Márcia, candidatura de Eduardo Campos não impede o diálogo com os petistas potiguares

A deputada estadual Márcia Maia é comedida ao analisar o destino da principal líder do PSB no Estado, a vice-prefeita de Natal Wilma de Faria. Ela disse que nas visitas ao interior a população tem falado muito na líder tanto para o Governo quanto para o Senado. “Essa é uma questão que não está fechada dentro do partido. Temos um potencial enorme para disputar a chapa majoritária, inclusive o Governo”, afirmou a parlamentar.

Márcia Maia defende que neste primeiro semestre o partido promova o diálogo sobre os problemas do Estado e a construção de um projeto, paralelamente às conversas com outros partidos. “É natural que os partidos conversem, dialoguem em torno de projetos comuns”, comentou.

Para a deputada estadual é necessário fazer um debate temático. Ela chama atenção para a situação da segurança pública. “A segurança vive um momento dramático no Estado, é preciso fazer um projeto para a segurança funcionar. As políticas públicas funcionando bem oferecem a tranquilidade que a população necessita”, ressaltou.

Márcia Maia destacou que o diálogo está aberto com os partidos de “afinidade ideológica com o PSB”. Para ela, a única restrição é com o Democratas, legenda da governadora Rosalba Ciarlini.

“Vamos dialogar com todos os partidos que estejam no campo da oposição ao Governo do Estado”, disse. Sobre as negociações com o PMDB, a deputada considerou naturais, já que “o partido é oposição ao Governo”. “Na hora que o PMDB passou a fazer oposição, obviamente fez com que pudéssemos nos aproximar”,comentou.

Mesmo com o PSB nacional preparando o lançamento da candidatura a presidente da República de Eduardo Campos, Márcia Maia não acredita que o diálogo com o PT está encerrado. Ela lembrou que os dois partidos já estiveram unidos em diversas eleições. “Temos (PT e PSB) muitas afinidades e estamos dispostos a conversar com o Partido dos Trabalhadores”, confirmou, lembrando que o PSB nacional não impôs restrição para as alianças do partido nos Estados.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Página de Edson Paim no Facebook

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Panorama Político - 09-01-2014 (O Globo - Ilimar Franco)
Centralismo democrático            

                A Executiva nacional do PSDB vai aprovar resolução, no início de fevereiro, retirando a autonomia dos diretórios regionais para fechar alianças. As decisões dos estados serão submetidas ao aval da direção nacional e aos interesses da candidatura de Aécio Neves ao Planalto. Os tucanos querem evitar acordos que favoreçam candidatos à Câmara, mas não a de sua candidatura a presidente.

Comitê de recepção
Ao retirar a autonomia dos estados para fazer alianças, o comando do PSDB quer evitar que seus caciques regionais se juntem a adversários no plano nacional. A cúpula tucana não quer submeter Aécio Neves aos apetites de suas bancadas estaduais. Estas, poderiam promover acordos para reeleger seus deputados, mesmo deixando Aécio sem palanque. No pleito de 1989, o candidato do PMDB, Orestes Quércia, chegou a aeroportos no Nordeste sem ninguém para recebê-lo. Em 1994, para evitar que isso ocorresse com o ex-presidente Fernando Henrique, o então presidente do PFL, Jorge Bornhausen, se lançou candidato ao governo de Santa Catarina.

"Meu amigo Eduardo (Campos) vai precisar endurecer o couro para conviver com o baixo padrão ético com que o PT enfrenta os adversários” 

Aécio Neves
Presidente do PSDB e senador (MG)

Fato consumado
O comando do PMDB garante que a candidatura do vice Luiz Fernando Pezão ao governo do Rio está sacramentada. Dizem que após o governador Sérgio Cabral deixar o cargo, em março, ninguém vai impedir Pezão de do de concorrer à reeleição.


A sucessora
Eliane Aquino, mulher do governador de Sergipe Marcelo Déda, morto em dezembro passado em decorrência de um câncer, deverá concorrer ao Senado no lugar de seu marido, que concorreria à vaga. Entre os partidos aliados (PT, PSB e PMDB), a indicação é consenso e entendida como uma homenagem ao trabalho político de Déda.

Retrato do momento
Adversários do PT do Rio, de todas as matizes, avaliam que a candidatura ao governo do senador Lindbergh Farias “não explodiu”. O petista tem se mantido numa posição apenas discreta, abaixo de Anthony Garotinho e de Marcelo Crivella.

Apostando em novos ares
O governo vai antecipar a entrada do consórcio Changi Airports/Odebrecht no Galeão. Isso deveria ocorrer em agosto, após a Copa. Mas ele vai começar a operar em 15 de janeiro, na entrega do plano de trabalho ao ministro da Aviação Civil, Moreira Franco. A antecipação ocorrerá também no Aeroporto de Confins, já na próxima semana.

Abaixo de zero
O governo vai licitar empresa de refrigeração para amenizar o calor no terminal de passageiros do Aeroporto Santos Dumont. Para evitar empresas sem qualificação, um dos requisitos do edital será know-how em refrigeração de grandes ambientes.

E por falar em atraso
De todos os aeroportos em obras, o que está dando maior dor de cabeça ao governo é o de Fortaleza. A reforma da pista é considerada lenta e um dos temores é o de que, nesse ritmo, não seja concluída até o começo da Copa, em junho.

O Ministério da Saúde deixou de pagar emendas de muitos deputados. Elas se destinavam a hospitais, Santas Casas e instituições inadimplentes.

sábado, 4 de janeiro de 2014